
Dupla tentava levar produtos de fauna marinha sem autorização para Hong Kong; ação destaca fiscalização no aeroporto.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
Dois homens chineses, de 68 e 72 anos, foram presos pela Polícia Federal (PF) na última terça-feira (3), no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Eles foram flagrados transportando itens ilegais em suas bagagens, incluindo 50 barbatanas de tubarão, 38 pepinos do mar, mais de 3 quilos de bexigas natatórias e quase 1 quilo de pescado seco.
Inspeção e flagrante
Os produtos foram detectados em uma inspeção de rotina realizada por Raio-X. Após a identificação, as malas foram abertas na presença de fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e testemunhas.
Segundo a PF, os suspeitos não apresentaram documentos ou autorizações legais para o transporte internacional dos itens. Todo o material seria enviado para Hong Kong.
Materiais apreendidos
As barbatanas de tubarão são extremamente valorizadas no mercado asiático, usadas na preparação de sopas de luxo. Os pepinos do mar e bexigas natatórias também são procurados por suas propriedades gastronômicas e medicinais, movimentando um mercado ilegal que ameaça a biodiversidade marinha.
Penalidades e prisões
Os dois chineses foram multados e presos por contrabando e crimes ambientais. A legislação brasileira considera o transporte de produtos de fauna marinha sem autorização como crime grave, com penas que incluem multas pesadas e até cinco anos de reclusão.
Impactos ambientais
O comércio de barbatanas de tubarão, conhecido como finning, é responsável pela morte de milhões de tubarões anualmente. Essa prática envolve a retirada das barbatanas e o descarte do corpo no mar, o que ameaça espécies já em risco de extinção e causa graves desequilíbrios nos ecossistemas marinhos.
Além disso, o tráfico de itens como pepinos do mar compromete a saúde dos oceanos, já que essas espécies desempenham um papel fundamental na manutenção do ecossistema marinho.
Esforços no combate ao tráfico
A apreensão em Guarulhos reforça a importância da fiscalização em aeroportos e portos, principais pontos de saída de produtos ilegais. A PF e o Ibama destacaram que ações como essa são essenciais para proteger a biodiversidade brasileira e combater redes internacionais de tráfico de fauna e flora.
O que diz a lei
A prática fere a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998), que proíbe o transporte e comercialização de produtos de fauna sem licença. Além disso, o Brasil é signatário de tratados internacionais que buscam proteger espécies ameaçadas.
Todo o material apreendido foi encaminhado para análise e destinação adequada. Os suspeitos permanecem à disposição da Justiça, enquanto as investigações prosseguem para apurar se há outros envolvidos no esquema.
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