
Relatório aponta uso de “terrorismo de Estado” para reprimir opositores e questiona legitimidade do processo eleitoral na Venezuela
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Um relatório divulgado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), na última terça-feira, 7, acusa o regime de Nicolás Maduro de promover uma série de irregularidades que comprometeram a lisura do processo eleitoral na Venezuela. O documento revela abusos que teriam sido orquestrados para garantir a permanência de Maduro no poder, prejudicando a oposição e silenciando qualquer manifestação contrária ao governo.
De acordo com o documento, práticas sistemáticas de repressão foram adotadas pelo governo venezuelano, caracterizando o que chamam de “terrorismo de Estado”. “A repressão estatal inclui práticas de terrorismo estatal destinadas especialmente a incutir terror nos cidadãos e a silenciar vozes dissidentes. Entre as violações documentadas estão: execuções extrajudiciais, desaparecimentos forçados de curta duração, detenções arbitrárias, tortura e outros tratamentos cruéis, desumanos e degradantes, cancelamento de passaportes, mortes violentas e inúmeras violações das garantias judiciais e da liberdade de expressão”, destacou a CIDH no relatório.
Outro ponto que reforça as denúncias é a ausência de transparência no processo eleitoral. O órgão aponta que o governo desenvolveu uma estratégia para bloquear a participação da oposição e reprimir manifestações populares. “A opacidade eleitoral e, em geral, as restrições aos direitos políticos registadas neste documento impedem esta Comissão de considerar que a reeleição de Nicolás Maduro goza de legitimidade democrática”, afirmou a Comissão.
A oposição também apresentou evidências que contestam o resultado oficial. Mais de 80% das atas digitalizadas foram compiladas, indicando uma vitória do candidato oposicionista Edmundo González Urrutia, que teria conquistado 67% dos votos. “A totalização dos votos contidos nesta ata daria a vitória ao candidato da oposição Edmundo González Urrutia”, confirma o documento.
Edmundo González, atualmente exilado na Espanha, reafirmou que estará em Caracas para a cerimônia de posse, marcada para esta sexta-feira, 10. O ex-diplomata, de 75 anos, tem desafiado publicamente o regime de Maduro, garantindo que assumirá a presidência, conforme os votos apurados pela oposição.
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