
Kevin Warsh é cotado para liderar o Federal Reserve com uma postura mais alinhada à visão econômica do presidente dos EUA.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
A política monetária dos Estados Unidos voltou ao centro das atenções com as recentes declarações do presidente Donald Trump sobre o atual presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Em um evento realizado no Salão Oval, o presidente não poupou críticas e afirmou com todas as letras: “estará fora muito rápido” caso ele retorne ao comando do país e decida pela substituição.
A possibilidade de Trump intervir diretamente na liderança do Fed tem gerado discussões entre analistas. Embora existam barreiras legais para a remoção do presidente do banco central por motivos políticos, o presidente já demonstrou em diversas ocasiões que não teme contrariar tradições institucionais.
Nos bastidores, o nome de Kevin Warsh ganha força como o favorito de Trump para assumir o posto. Warsh, que já foi membro do conselho do Fed e conselheiro econômico na Casa Branca, tem um histórico de decisões firmes e perfil considerado compatível com a abordagem que Trump deseja adotar para o banco central americano.
Com a escolha de Scott Bessent para o Tesouro, especulou-se que essa movimentação abriria caminho para Warsh assumir o comando do Fed. A decisão, para muitos, tem como pano de fundo a intenção clara de manter um nome forte reservado para o momento em que a cadeira de Powell estiver disponível — ou caso se acelere uma mudança.
Bessent, ao comentar o tema em uma entrevista , afirmou que “a política monetária é uma caixa de joias que precisa ser preservada” e mencionou que o processo de entrevistas para o próximo presidente do Fed deve ocorrer “em algum momento do outono”.
Com formação em direito por Harvard e passagens pelo setor privado — incluindo o comando da área de fusões e aquisições no Morgan Stanley — Warsh levou sua experiência ao setor público durante a administração de George W. Bush. No Fed, desempenhou papel central em momentos críticos da crise de 2008, participando da venda do Bear Stearns e, ao mesmo tempo, permitindo que o Lehman Brothers colapsasse, numa decisão polêmica, mas emblemática de sua visão pragmática.
Após deixar o Fed em 2011, Warsh consolidou-se como uma voz crítica das políticas monetárias excessivamente expansionistas. Sua oposição ao programa de compra de títulos lançado pelo banco central demonstrou um compromisso com o controle inflacionário e com a responsabilidade fiscal — bandeiras que também compõem o discurso econômico de Trump.
Mais recentemente, Warsh publicou um artigo de opinião onde reforçou as críticas às decisões do Fed nos últimos anos. Em sua avaliação, “as altas taxas de inflação dos últimos anos surgiram de um governo que gastou demais e um banco central que imprimiu demais”.
Além de atuar como pesquisador na Hoover Institution e lecionar na Escola de Negócios de Stanford, Warsh mantém vínculos com instituições de análise orçamentária e consultoria econômica, consolidando sua reputação como figura respeitada entre os conservadores.
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