
Operação apura movimentação suspeita de mais de R$ 14 milhões envolvendo viagens internacionais e transferências fracionadas para pessoas próximas à investigada.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
A Polícia Federal segue aprofundando as investigações no âmbito da operação “Sem Desconto”, que apura um sofisticado esquema de fraude contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Desta vez, o foco recai sobre a movimentação financeira de Cecília Rodrigues Mota, apontada como uma das líderes da organização criminosa. Segundo novo relatório da PF, ela teria movimentado mais de R$ 14 milhões em contas bancárias próprias e de empresas vinculadas a seu nome, em operações que levantaram fortes indícios de lavagem de dinheiro.
De acordo com os dados apurados, parte expressiva do valor — cerca de R$ 1,2 milhão — foi repassada de forma fracionada a pessoas de sua confiança, que a acompanharam em diversas viagens internacionais. A PF identificou que essas viagens ocorreram entre 2023 e 2024, com destinos que incluem Dubai (Emirados Árabes), Paris (França) e Lisboa (Portugal).
As investigações indicam que pelo menos seis pessoas próximas à investigada receberam quantias expressivas por meio de transferências bancárias, feitas de forma pulverizada, possivelmente para dificultar o rastreamento dos valores. Um dos nomes citados viajou com Cecília em cinco oportunidades a Paris e foi beneficiado com R$ 366.988,00, transferidos a partir das empresas da investigada. Outro acompanhante, presente em 15 viagens, recebeu R$ 120 mil via múltiplas operações financeiras.
Outro ponto que chamou a atenção dos agentes foi o caso de uma mulher, declarada como faxineira, que mesmo sem histórico financeiro compatível recebeu R$ 353.055,43 e acompanhou Cecília em viagens a Dubai. A PF também identificou que algumas dessas pessoas carregaram grandes volumes de bagagem nas viagens, o que levanta a suspeita de transporte de valores em espécie.
A principal linha de apuração dos investigadores é de que os valores transferidos eram posteriormente sacados no exterior ou utilizados para aquisição de bens de alto valor, dificultando o rastreamento e a identificação da origem ilícita. Os repasses teriam como objetivo ocultar e dissimular a procedência criminosa dos recursos desviados de benefícios previdenciários.
Além dessas movimentações internacionais, o relatório detalha que outros R$ 14 milhões foram distribuídos a diferentes pessoas físicas e jurídicas no Brasil, com indícios de que parte dessas transferências também serviu para lavar o dinheiro obtido de forma ilegal.
A Polícia Federal mantém a operação em andamento, e novas fases podem ocorrer nas próximas semanas, com o objetivo de desarticular por completo a rede criminosa e identificar todos os envolvidos no esquema. Os nomes dos demais investigados seguem sob sigilo para não comprometer o andamento das diligências.
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