
Cerca de 70 vítimas eram mantidas sob controle e submetidas a exploração sexual.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
A Polícia Federal, em parceria com a Receita Federal, realizou nesta quarta-feira (3/9) a Operação Cassandra, com o objetivo de desarticular uma rede criminosa transnacional especializada em tráfico internacional de pessoas para exploração sexual. As apurações revelam que o grupo, ativo desde 2017, também cometia lavagem de dinheiro, fraudes financeiras, falsidade documental e crimes tributários.
A ofensiva ocorre em cooperação internacional com a Europol e com a Garda National Protective Services Bureau, da Irlanda, que simultaneamente desencadearam a Operation Rhyolite naquele país, voltada a investigar ramificações da mesma organização criminosa.
Estrutura da operação no Brasil
Cerca de 120 policiais federais e sete servidores da Receita Federal foram mobilizados para cumprir 5 mandados de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão em Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso. Além disso, a Justiça Federal decretou 13 medidas restritivas de direitos contra investigados.
Esquema criminoso
Segundo as investigações, o grupo era altamente estruturado e mantinha rígido controle sobre as vítimas, recrutando mulheres brasileiras para fins de exploração sexual no exterior. Até o momento, cerca de 70 mulheres foram identificadas como vítimas do esquema.
Os criminosos também se valiam de sofisticadas estratégias de lavagem de dinheiro, incluindo movimentações financeiras fraudulentas e uso de empresas de fachada, com o objetivo de ocultar lucros milionários obtidos com a exploração.
Possíveis crimes imputados
Os alvos da operação poderão responder por:
Organização criminosa;
Tráfico internacional de pessoas para exploração sexual;
Rufianismo;
Lavagem de dinheiro;
Falsidade documental;
Crimes contra o sistema financeiro nacional;
Crimes contra a ordem tributária.
Dimensão internacional
Para investigadores, a Operação Cassandra simboliza um avanço na cooperação internacional contra o tráfico humano, reforçando a troca de informações entre o Brasil e a União Europeia. Autoridades destacaram que a ação simultânea nos dois continentes amplia a possibilidade de responsabilizar os líderes do esquema e proteger potenciais vítimas.
Leia mais
OMS alerta: mais de 1 bilhão de pessoas enfrentam transtornos mentais no mundo
Coqueluche volta a crescer nas Américas e preocupa Opas com novas cepas resistentes a antibióticos
Bolsonaro não comparecerá ao segundo dia de julgamento no STF
Faça um comentário