
Reajuste nos combustíveis afeta diretamente o custo de vida e gera preocupação entre os brasileiros.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
A partir deste sábado, 1º de fevereiro, os brasileiros enfrentarão um novo aumento nos preços dos combustíveis, que já estão pesando no bolso do consumidor. A gasolina, o etanol e o diesel terão reajustes, com destaque para o aumento do imposto sobre o litro da gasolina e do etanol, e uma elevação no preço do diesel nas distribuidoras, devido à disparidade com o mercado internacional.
De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o diesel no Brasil está defasado em 15%, e a gasolina apresenta uma defasagem de 6%, o que justifica o aumento no preço do diesel. O valor do litro do diesel será ajustado em R$ 0,22, além de um aumento de R$ 0,06 no ICMS, que eleva o imposto para R$ 1,12 por litro. O preço do diesel nas distribuidoras passará a ser R$ 3,72. Já para a gasolina e o etanol, o reajuste será apenas no ICMS, que aumentará em R$ 0,10 por litro, elevando o valor do imposto para R$ 1,47.
A Petrobras explicou que, embora o preço do diesel tenha caído nos últimos anos, com uma redução de R$ 1,20 por litro desde 2022, o impacto no custo de vida da população é grande, já que a inflação continua pressionando os brasileiros, especialmente os mais vulneráveis.
Os motoristas de carga, especialmente, lamentam o aumento nos custos. “O diesel é responsável por aproximadamente 35% dos custos operacionais no transporte rodoviário de cargas”, afirmou Carlos Panzan, presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga do Estado de São Paulo (FETCESP). Ele destacou que “a elevação desse insumo impacta diretamente o setor, especialmente o agronegócio, que depende de rotas longas e caminhões pesados”. O aumento no preço do diesel, segundo Panzan, não será repassado imediatamente ao valor do frete, o que pode gerar um efeito de aumento gradual, com impactos diretos no custo de vida da população.
Aumento nos combustíveis traz reflexos negativos para a economia
O reajuste nos combustíveis, em especial no diesel, também deverá afetar diretamente a inflação e os preços de diversos produtos. José Alberto Gouveia, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), destacou que “no Brasil, quase tudo é transportado por caminhões. Se aumentou o custo do frete, esse valor será passado para os produtos e, por fim, para o consumidor.”
O economista Alexandre Espírito Santo, da Way Investimentos, afirmou que o impacto do aumento do diesel será “significativo e abrangente” na cadeia de produtos, afetando ainda mais a população brasileira que já enfrenta dificuldades econômicas. O aumento da gasolina, por sua vez, deve impactar diretamente o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o principal indicador da inflação no país.
A pressão inflacionária no Brasil continua a ser uma preocupação crescente. Com a inflação em alta, o Banco Central se vê forçado a manter a política de aumento das taxas de juros para tentar controlar o aumento de preços, que já superou a meta em 2024. Isso afeta diretamente a vida dos brasileiros, com a inflação dos alimentos registrando 8,23% no ano passado, enquanto o IPCA geral ficou em 4,83%. Esse aumento contínuo nos preços e impostos compromete ainda mais a renda das famílias, especialmente das mais humildes.
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