Atirador invade clínica e deixa mortos e feridos em Tulsa

Os Estados Unidos registraram no final da tarde desta quarta-feira (1º) um novo ataque a tiros, desta vez em um hospital de Tulsa, no estado de Oklahoma. De acordo com a polícia, ao menos quatro pessoas morreram na ação.

Outras ficaram feridas, mas em número ainda não especificado, e o atirador teria se matado após o ataque. Ele não teve a identidade revelada, mas as autoridades afirmaram que era um homem negro que aparentava ter de 35 a 40 anos.

“É uma cena catastrófica”, descreveu um porta-voz das forças de segurança da cidade, o capitão Richard Meulenberg. O ataque aconteceu no hospital St. Francis, e a polícia informou em comunicado que agentes vasculharam “andar por andar, sala por sala” do prédio para analisar o risco de novas ameaças.

A Casa Branca afirmou que o presidente americano, Joe Biden, foi informado do tiroteio e estava monitorando de perto a situação. Ele entrou em contato com autoridades locais para oferecer apoio.

A polícia de Tulsa foi chamada ao hospital às 16h52 e chegou ao centro médico três minutos depois. Os agentes, então, ouviram tiros no segundo andar, onde ficam consultórios médicos, e encontraram os corpos das vítimas e do atirador às 17h01. Todas foram mortas no mesmo ambiente.

A corporação destacou a ação rápida, em especial após a polícia de Uvalde ter sido alvo de críticas pela demora com que agiu no massacre na semana passada.

O autor do ataque portava um rifle e uma pistola e teria usado as duas armas durante a ação, mas não se sabe ainda de suas motivações, se ele atirou de forma aleatória ou se tinha alvos premeditados. Segundo a polícia, as vítimas devem incluir funcionários do hospital e pacientes —suas identidades também não foram divulgadas.

Tulsa tem cerca de 410 mil habitantes e está a 160 quilômetros da capital do estado, Oklahoma City. Mais cedo nesta quarta, Biden divulgou um comunicado lembrando os 101 anos de um massacre no qual supremacistas brancos atacaram um bairro predominantemente negro.

“Nós nos lembramos do inferno que foi desencadeado”, escreveu Biden, que esteve em Tulsa há exatamente um ano.

Quando questionado em entrevista coletiva sobre o fato de Tulsa engrossar a lista de alvos de ataques a tiros nos EUA, o prefeito, o republicano G.T. Bynum, preferiu apenas lamentar o episódio e se dizer solidário aos familiares das vítimas. “Se queremos ter um debate político, isso é algo a ser feito no futuro, não nesta noite.”

O assunto foi trazido à tona pelos repórteres porque a ação se deu em meio ao debate sobre o controle de armas no país. Há oito dias, um massacre na escola Robb, em Uvalde, no Texas, terminou com 19 crianças e 2 professoras mortas. O autor, um jovem de 18 anos, portava um rifle AR-15 e, antes de ser responsável pelo pior massacre em uma instituição de ensino infantil no país em uma década, também disparou contra a avó.

Salvador Ramos não tinha histórico de doença mental nem antecedentes criminais, mas fez posts ameaçadores nas redes antes do tiroteio. Ele teve uma adolescência marcada por bullying e problemas familiares e ao completar 18 anos celebrou postando uma foto com dois fuzis que comprou pouco depois do aniversário. Ramos foi morto pela polícia na ação.

O caso de Uvalde ocorreu dias depois de outro episódio, em Buffalo, no estado de Nova York, no qual morreram dez pessoas num supermercado. O autor teve motivações racistas e deve ser indiciado por terrorismo doméstico.

Após o ataque em Uvalde, o presidente Joe Biden fez um discurso emocionado no qual criticou o lobby pró-armas no país e defendeu o controle no acesso a armamentos.

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