Ministros brasileiros criticam silêncio do Itamaraty diante das ameaças de sanções dos EUA ao STF

Ministros da Corte enfrentam críticas internacionais por ações polêmicas, enquanto Itamaraty insiste em postura tímida diante das ameaças norte-americanas.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA 

A situação do Supremo Tribunal Federal (STF) diante das ameaças de sanções do governo dos Estados Unidos evidencia um desgaste institucional inevitável, fruto das atitudes controversas de seus próprios ministros. O silêncio do Itamaraty frente a essas medidas demonstra uma postura errada, que deveria ser firme e alinhada às consequências legítimas de ações que causam prejuízo à imagem e aos interesses do Brasil.

O ministro Alexandre de Moraes, alvo direto das sanções americanas, acumula críticas tanto no cenário interno quanto externo. O governo dos EUA avalia restringir a entrada de autoridades brasileiras que tenham adotado medidas consideradas como “censura” a empresas e cidadãos norte-americanos — uma referência clara às decisões polêmicas do ministro.

Internamente, a expectativa era que o Ministério das Relações Exteriores se posicionasse com mais rigor, defendendo não um STF acima de questionamentos, mas a soberania do Brasil diante das consequências inevitáveis das escolhas desses magistrados. Porém, o Itamaraty optou por uma cautela excessiva e um silêncio que, para muitos, soa como conivência.

As declarações do secretário de Estado americano, Marco Rubio, que admitiu a possibilidade de aplicar sanções ao ministro Moraes, são tratadas com descaso por parte da diplomacia brasileira. Isso se reflete no cancelamento de reuniões do chanceler Mauro Vieira com o STF, decisão que ministros interpretam como “descaso” — ou, no mínimo, uma demonstração de falta de prioridade para um problema que afeta diretamente a reputação do país.

Na Câmara dos Deputados, Vieira disse que “o interesse nacional dita as relações do Brasil com outros países” e que os EUA “não podem aplicar a chamada Lei Magnitsky – ponto de partida para as sanções a Moraes – fora do seu território”. No entanto, essa visão ignora a realidade política global, onde sanções extraterritoriais são cada vez mais comuns e têm impacto direto nas relações internacionais.

O Brasil não deve lamentar as sanções contra ministros que, com suas ações, colocam o país em situação delicada no exterior. Pelo contrário, a imposição de restrições serve para mostrar que condutas autoritárias e abusos não ficam sem resposta, mesmo que isso cause desconforto interno.

A falta de reação contundente do Itamaraty não protege o país, apenas o deixa vulnerável a pressões externas. É preciso reconhecer que a crise atual é consequência direta das decisões do STF, que agem sem prestar contas, e que as sanções norte-americanas refletem um esforço legítimo para frear excessos que prejudicam o Brasil no cenário mundial.

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