
Imagine não saber quem são seus pais, quando e nem onde você nasceu. Esse é um drama enfrentado por Alea Maya Goldberg. Ela nasceu no Brasil, mas mora em Pittsburgh, desde que foi adotada por um casal americano, quando tinha apenas um ano de idade. Agora, ela busca conhecer suas origens, mas a história é cercada de dúvidas, e para tentar encontrar respostas, ela participou de uma entrevista no programa Lado a Lado com a Verdade, da GN USA WEBTV.
Alea, de 30 anos, não sabe nem o dia do aniversário. Tanto que já passaram passaram para ela, três datas diferentes: uma em fevereiro e duas em agosto. Isso ocorre, pois ela não tem acesso à certidão de nascimento original. Viu apenas uma traduzida para o inglês, com informações conflitantes. O que ela sabe, é que nasceu no Ceará e foi levada para São Paulo, com apenas seis meses de vida. Depois, foi adotada e levada para Pittsburgh em 1993.
“Eu tive uma guardiã que cuidou de mim dos seis meses até um ano, e eu fui adotada por um casal, não tive irmãos, e comecei a fazer perguntas sobre isso desde 2018. E desde que comecei a fazer essa perguntas, me davam desculpas, nunca eram respostas diretas. E eram respostas com raiva. Estou fazendo essa entrevista com o Thathyanno Desa porque eu quero respostas”, contou Alea, em inglês, na entrevista que contou com a tradução da intérprete Lorena Betts.
Ela já havia começado uma busca, mas ganhou uma ajuda importantíssima. A brasileira Luciana Brussi, dona de uma companhia de dança que contratou Alea, ficou sabendo a história e decidiu auxiliá-la.
“Em fevereiro deste ano, eu abri uma audição para dançarinas de samba na nossa cidade, em Pittsburgh, e a Alea veio e com todo o talento dela, chocou todos nós, pois pensamos que ela era brasileira, e ela nunca teve contato com a cultura brasileira. É dançarina, bailarina, professora de hip hop, jazz e na audição, ela surpreendeu todos nós. Foi contratada pelo meu grupo de dança, e a partir daí ela contou a história dela. Disse que já estava investigando por conta própria o paradeiro da família dela, e foi quando eu ofereci ajuda, para que ela pudesse desabafar, s quisesse contar a história dela e juntas começamos a fazer algumas investigações básicas na internet, com alguns nomes, ela foi me passando as fotos e eu resolvi fazer no último fim de semana, uma publicação púbica que eu não tinha feito ainda, com a autorização dela, até que a publicação chegou na mão do Thathyanno”, contou Luciana.
“Ela merece saber a verdade, porque a história dela é um pouco complicada. É bem diferente de uma adoção legal. Ela tem os motivos dela para procurar a verdadeira história dela. Ela não tem certeza da data de nascimento dela. Ela tem três datas diferentes de nascimento. Nunca teve acesso aos documentos legais dela da adoção, e por isso, muitas coisas ficam no ar. Ela tem curiosidade e merece o respeito de saber a verdade da vida dela”, revela, sem deixar de elogiar Alea. “Eu não sei como, mesmo para mim que sou professora de dança. Fico pasma de ver o quanto ela se dedicou nos últimos seis meses, porque ela dança perfeitamente. Frequenta as aulas, os nossos shows. As pessoas pensam que ela foi criada no Brasil, pelo talento no samba”, completa.
Alea revelou que sofreu por nunca ter tido apoio dos pais adotivos nesta busca por respostas, mas que está feliz com o suporte que vem recebendo. “Me sinto reafirmada tendo esse suporte. Pessoas dizendo que o que aconteceu foi estranho, e com a comunidade apoiando, me sinto animada em continuar essa busca, mas também me sinto frustrada por ter demorado todo esse tempo”, conta.
Sobre os pais adotivos, ela revelou que sempre soube ser adotada, mas esperava maior compreensão neste momento, o que nunca ocorreu. “Eu não recebi nenhum apoio deles nessa jornada para saber quem eu sou. Eu tenho perguntado isso a minha vida inteira. Mas eu não sei se é só o que eles sabem, mas eles não apoiam eu descobrir as minhas raizes. Eu sinto que eles são racistas. E por isso, nós não tivemos um bom relacionamento”, revelou Alea.
Thathyanno lembrou de inúmeros casos em que crianças são raptadas no Brasil e enviadas aos Estados Unidos e outros países, e perguntou a Alea se ela acreditava que havia sido raptada, mas ela disse que não sabe no que acreditou.
Durante a entrevista, Thathyanno também mostrou fotos que Alea conseguiu com Maya, que foi sua guardiã quando ainda era bebê. As fotos, mostram pessoas que seriam da família dela em Fortaleza, no Ceará: seriam avó, mãe e pai, irmão, além de uma possível Alea enquanto bebê.
Por fim, ela contou que se descobrisse onde está sua família de sangue, iria ao Brasil conhecê-los, e também deixou um recado. “Quero dizer, que não importa o que aconteceu, não importa as circunstâncias que levaram a isso, eu encontrei o meu propósito. Eu não tenho raiva, e quero encontrar as pessoas do meu sangue. Tenho muito amor a dar”, contou.
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Confira a entrevista completa:
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