Dólar opera em alta com expectativa de decisão do Fed; Ibovespa avança

Imagem merarmente ilustrativa.
Mercados aguardam dados de inflação nos EUA e sinalizações sobre juros; cenário fiscal no Brasil também é monitorado.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA

O dólar começou em queda, mas virou para alta nesta segunda-feira (10/6). Investidores estão de olho nos novos dados de inflação dos Estados Unidos e na decisão sobre juros do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, que serão divulgados nesta semana. Na máxima do dia, a moeda atingiu R$ 5,388.

A expectativa é que o Fed mantenha as taxas inalteradas, mas há incertezas sobre as sinalizações da autoridade monetária em relação aos próximos passos dos juros americanos. Há temores de que não ocorra nenhuma redução nas taxas neste ano, o que poderia impactar negativamente os mercados globais.

No mercado brasileiro, o dia é positivo, impulsionado por ações ligadas a commodities, especialmente Petrobras e Vale, as empresas de maior peso do Ibovespa, que registram alta firme.

Às 10h45, o dólar subia 0,84%, cotado a R$ 5,370, enquanto o Ibovespa avançava 0,41%, aos 121.273 pontos. Em Wall Street, os índices acionários abriram em queda nesta manhã.

Na quarta-feira (12), o Departamento de Trabalho dos EUA divulgará os dados de preços ao consumidor, com expectativa de desaceleração para uma alta de 0,1% ao mês, ante 0,3% em abril.

No cenário nacional, o IBGE divulgará na terça-feira os dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para maio. Analistas esperam uma aceleração ligeira na base mensal, para 0,42%, ante 0,38% no mês anterior.

Os mercados também estão atentos aos comentários de membros do Banco Central, como o presidente Roberto Campos Neto, que fará uma palestra nesta manhã.

Mais cedo, analistas consultados pelo BC em sua pesquisa Focus elevaram novamente sua projeção para o IPCA ao fim deste ano e do próximo, mantendo estável a expectativa sobre a taxa Selic.

Algumas instituições estão revisando suas projeções para os juros. Nesta segunda, o Itaú revisou sua previsão para a Selic de 10,25% para 10,50% no fim de 2024, afirmando não ver mais espaço para reduções adicionais na taxa. No câmbio, o banco manteve inalterada a projeção de R$ 5,15 por dólar no fim deste ano.

“O dólar deve seguir forte nos mercados globais com o crescimento robusto da economia americana. Internamente, o Banco Central deve manter a Selic em dois dígitos, mas as incertezas fiscais elevaram o prêmio de risco doméstico e o déficit em conta corrente, que aumentou consideravelmente nos últimos meses”, afirmaram os analistas do Itaú BBA.

O cenário fiscal brasileiro continua no radar do mercado, após ruídos entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e agentes do mercado. Rumores sobre uma possível mudança no arcabouço fiscal, que surgiram após uma reunião de Haddad com integrantes do setor financeiro na sexta (7/6), causaram alta dos juros futuros e impactaram o mercado.

Participantes do encontro disseram a jornalistas que o ministro teria afirmado que mostraria ao Congresso a impossibilidade de aumentar gastos sem fonte de receita. No final da tarde, após reportagens sobre a reunião, Haddad se mostrou irritado e afirmou que houve quebra de protocolo, pois o encontro deveria ser confidencial.

A confusão aumentou a tensão no mercado doméstico, que já estava cético sobre o cumprimento das regras fiscais no país.

“Um político com a experiência de Fernando Haddad parece ter deslizado nas palavras e dado margem à interpretação do setor privado. Mesmo buscando desmentir o ocorrido, é inegável que o ministro abriu novo flanco para a desconfiança do mercado financeiro acerca da viabilidade do novo arcabouço e, por consequência, da saúde das contas públicas do país”, comentou a equipe da Levante Investimentos.

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