Presidente posiciona-se contra proposta que criminaliza aborto após a 22ª semana e provoca debate intenso
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva gerou controvérsia ao criticar duramente o projeto de lei antiaborto que avança no Congresso Nacional. Em declarações nesta terça-feira (18), Lula reiterou sua oposição à proposta, que equipara o aborto realizado após a 22ª semana de gestação ao crime de homicídio, e fez comentários que provocaram reações acaloradas.
Em uma entrevista, Lula afirmou que bebês concebidos através de estupro são como “monstros”. “Por que uma menina é obrigada a ter um filho de um cara que estuprou ela? Que monstro vai sair do ventre dessa menina?”, questionou o presidente, enfatizando a necessidade de uma discussão mais aprofundada e menos banalizada sobre o tema.
O projeto, que teve o regime de urgência aprovado na Câmara dos Deputados na semana passada, aguarda agora a decisão do presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL), para ser pautado no plenário. Movimentos sociais e parte da mídia têm criticado fortemente a iniciativa, que também é alvo de negociações para adiamento da votação até depois das eleições municipais.
Lula não poupou críticas à tramitação do projeto e ao seu autor, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), insinuando que a proposta foi feita para testá-lo. “Eu não preciso de teste, quem precisa de teste é ele. Quero saber se uma filha dele fosse estuprada como é que ele ia se comportar”, disparou o presidente.
Embora tenha reafirmado ser contra o aborto, Lula argumentou que o tema deve ser tratado como uma questão de saúde pública. “O aborto não pode continuar sendo realizado de maneira clandestina e perigosa, enquanto algumas pessoas têm acesso seguro em outros países”, destacou.
Para o ex-presidente, a discussão sobre o projeto representa um “retrocesso” na legislação brasileira. Ele criticou o surgimento do que chamou de “extrema-direita ativista” no Legislativo nacional, caracterizando-a como pouco pragmática e propensa a disseminar desinformação.
“Não subestimei a Câmara dos Deputados, mas estamos vivendo uma realidade nova com essa extrema-direita ativista, que está mudando o cenário político do país”, observou Lula, lamentando o foco em pautas de costumes que, segundo ele, não condizem com os verdadeiros desafios do Brasil.
Lula concluiu sua posição enfatizando que a discussão sobre o aborto não deveria estar em pauta neste momento. “Eu, sinceramente, acho que essa coisa não deveria nem ter entrado em pauta. Se entrou, não sei por quê, não deveria ter entrado em pauta porque o tema do Brasil não é esse”, finalizou o presidente.
O tema do Brasil p ele é ” ” Quero gastar mais, fazer o povo pagar com impostos e vocês preocupados com.as mulheres e crianças mortas? “. Essa é a preocupação desse comunista.