Militar da Marinha americana é preso na Venezuela

O militar não estava em mission oficial e também não possuía a autorização necessária para visitar o país. O Departamento de Estado dos EUA tem recomendado que cidadãos americanos evitem viajar para Caracas devido ao ‘elevado risco de detenções arbitrárias’.
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA

Um integrante da Marinha dos Estados Unidos foi detido na semana passada pelas forças de segurança venezuelanas, segundo anunciou o Pentágono nesta quarta-feira, 4. O militar, cidadão americano, estava no país sem uma autorização oficial de viagem ou licença aprovada pelo Exército dos EUA, conforme reportagens da imprensa americana. As razões de sua viagem e a causa da detenção permanecem indefinidas.

Em comunicado divulgado pela Associated Press, o Pentágono informou que “a Marinha dos EUA está conduzindo uma investigação e colaborando de perto com o Departamento de Estado”. O marinheiro está sob custódia do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), revelou uma fonte que pediu anonimato.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos afirmou que está “ciente das notícias sobre a detenção de um cidadão” e está colaborando estreitamente com a Marinha. O órgão já havia alertado os cidadãos americanos para que evitassem viajar à Venezuela, citando preocupações com o crime, instabilidade e riscos de detenção arbitrária.

“O risco de detenções injustas de americanos na Venezuela é elevado. As autoridades venezuelanas detiveram cidadãos dos EUA por períodos de até cinco anos. O governo dos Estados Unidos geralmente não é informado sobre as detenções e não tem acesso aos americanos presos no país”, acrescentou o aviso.

Essa é a terceira prisão de um membro do serviço americano em pouco mais de um ano em um país que mantém relações tensas com os EUA. Anteriormente, o soldado Travis King foi detido ao cruzar a fronteira para a Coreia do Norte em julho de 2023, enquanto o sargento Gordon Black foi preso na Rússia em maio ao visitar sua namorada.

A detenção do marinheiro ocorre em um contexto de crescente tensão entre Estados Unidos e Venezuela, acentuada por um incidente recente em que um avião associado ao presidente Nicolás Maduro foi apreendido e enviado à Flórida, com as autoridades americanas alegando que a aeronave foi obtida ilegalmente, violando sanções e outras leis. O governo venezuelano classificou essa ação como “pirataria”.

Os Estados Unidos também criticaram o governo de Maduro por declarar sua vitória nas eleições presidenciais de 28 de julho sem fornecer documentação eleitoral adequada, reconhecendo a vitória do ex-candidato opositor Edmundo González. A oposição alega possuir mais de 80% das atas que comprovam a vitória de González, embora o governo considere esses documentos “forjados”.

Diante da crise eleitoral, os EUA estão se preparando para anunciar 15 sanções individuais contra autoridades venezuelanas que teriam bloqueado a realização de eleições livres e justas, de acordo com documentos vistos pela Bloomberg. Essa agitação política gerou uma onda de protestos e uma repressão significativa, resultando em 27 mortes, incluindo duas de soldados, além de 192 feridos e cerca de 2.400 detenções.

A tensão entre os países foi ainda mais exacerbada quando a Justiça venezuelana aceitou um pedido do Ministério Público para emitir um mandado de prisão contra González, após ele desconsiderar três intimações para prestar depoimento.

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