Emboscada na Rodovia Fernão Dias deixa um cruzeirense morto e 17 feridos; investigação aponta motivação em conflitos antigos entre torcidas organizadas.
Por Schirley Passos|GNEWSUSA
A Polícia Civil e o Ministério Público (MP) solicitaram à Justiça a prisão temporária de 30 dias para seis integrantes da torcida organizada Mancha Alviverde, suspeitos de participarem de um ataque aos ônibus de torcedores cruzeirenses da Máfia Azul, ocorrido no último domingo (27) na região metropolitana de São Paulo. Até o momento, não há decisão judicial sobre os pedidos de prisão.
O ataque resultou na morte de um membro da Máfia Azul, identificado como José Victor Miranda, de 30 anos, que sofreu queimaduras fatais após o incêndio de um dos veículos. Além disso, 17 torcedores ficaram feridos, sendo que dois ainda permanecem internados em hospitais de Mairiporã e Franco da Rocha.
A Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade) identificou até o momento oito membros da Mancha Alviverde envolvidos na emboscada. A investigação conta com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP, que também endossou os pedidos de prisão. Vídeos de redes sociais e imagens de câmeras de segurança estão sendo analisados para identificar mais envolvidos.
O caso foi inicialmente registrado na Delegacia de Mairiporã como homicídio, incêndio, associação criminosa, lesão corporal e tumulto com violência, de acordo com a Lei Geral do Esporte. Posteriormente, a Drade, com sede na capital paulista, assumiu a investigação.
Posicionamentos das Torcidas e dos Clubes
Em nota, a Mancha Alviverde negou qualquer envolvimento na emboscada, afirmando que repudia atos de violência e não se responsabiliza por ações individuais de seus membros. A Máfia Azul, por sua vez, lamentou o ocorrido e, em uma postagem no Instagram, destacou que a violência entre torcidas não traz benefícios a nenhum dos lados.
Os clubes também se manifestaram. O Palmeiras condenou veementemente os episódios de violência e defendeu punições severas para os envolvidos. O Cruzeiro, por sua vez, declarou em nota que repudia o episódio e defendeu o fim das ações criminosas entre torcidas.
Motivação e Histórico de Conflitos
A polícia está investigando se o ataque foi uma retaliação a um confronto anterior entre as torcidas, ocorrido em setembro de 2022, quando membros da Máfia Azul atacaram integrantes da Mancha Alviverde em Carmópolis de Minas (MG), resultando em vários feridos. Desde o final da década de 1980, Mancha Alviverde e Máfia Azul têm um histórico de confrontos, marcado por episódios de violência e aliança com torcidas rivais.
No ataque recente, as autoridades apreenderam 12 barras de ferro, pedaços de madeira, rojões, bolas de sinuca e “miguelitos”, utilizados para furar os pneus dos ônibus dos cruzeirenses e forçá-los a parar na estrada.
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