
Força-tarefa destrói equipamentos de extração e combate o uso de mercúrio que contamina áreas de proteção e rios da Amazônia Legal.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
Na última quinta-feira 24 de outubro, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Barulho do Xingu, voltada para desativar garimpos ilegais de extração de ouro em Altamira, no Pará, mais especificamente na região de Volta Grande do Xingu. A ação foi organizada para combater o impacto ambiental de atividades que ameaçam ecossistemas sensíveis e terras indígenas na Amazônia Legal, como Trincheira Bacajá, Paquiçamba e Arara da Volta Grande.
A operação contou com o cumprimento de seis mandados de busca e apreensão em garimpos situados dentro de áreas protegidas pela União, onde agentes da PF identificaram uma rede de extração ilegal de ouro que utilizava 22 motores de sucção e uma balsa, instrumentos essenciais para as atividades de mineração. A PF inutilizou esses equipamentos para impedir a continuidade da extração. No entanto, os operadores dos garimpos conseguiram fugir ao perceber a aproximação dos policiais, abandonando os materiais.
O garimpo ilegal na região tem causado sérios danos ao meio ambiente. A operação foi batizada como “Barulho do Xingu” devido ao ruído constante das atividades ilegais, um símbolo da degradação que impacta o ecossistema local, os rios e as terras indígenas. O uso indiscriminado de mercúrio é um dos maiores problemas: a substância química, utilizada para separar o ouro dos sedimentos, polui os corpos d’água e contamina a fauna aquática. Essa contaminação se estende à população ribeirinha, que depende dos rios para consumo e pesca, expondo-a a sérios riscos à saúde.
Além da poluição química, o processo de garimpo provoca erosão nas margens e assoreamento dos rios, o que prejudica a vida aquática e altera o curso das águas. A degradação ambiental gera consequências que afetam desde a biodiversidade local até as populações indígenas e comunidades tradicionais da região.
Considerada uma das áreas de maior vulnerabilidade ambiental na Amazônia, Altamira enfrenta desafios constantes relacionados ao avanço de atividades predatórias, como o garimpo ilegal. Nas últimas décadas, o crescimento dessas atividades ameaçou gravemente a integridade dos ecossistemas da região, bem como as condições de vida de suas populações locais. A operação reflete a tentativa da PF de conter esses avanços e manter a preservação ambiental da região.
Com a destruição dos equipamentos, a PF busca desestruturar as redes ilegais de extração, dificultando o retorno imediato das atividades na área. No entanto, as autoridades têm consciência de que medidas de fiscalização contínuas serão essenciais para impedir que o garimpo volte a se instalar. A Operação Barulho do Xingu também reforça a importância de ações conjuntas entre forças de segurança e órgãos ambientais para conter a degradação ambiental e proteger as comunidades da Amazônia.
A PF e demais instituições envolvidas seguem investigando os responsáveis pela exploração e monitorando a região para identificar novas ameaças, com o intuito de preservar a Amazônia Legal e garantir que as áreas protegidas permaneçam intactas.
Leia mais
Eleições 2024: quando começa e termina a apuração do 2º turno?
Votar no segundo turno é obrigatório? Entenda as regras para eleitores
Vai ter Lei Seca no 2º turno? Confira se seu estado permitirá a venda de bebidas
Faça um comentário