
Presidente dos EUA promete recorrer da decisão que impede a implementação de restrições à cidadania para filhos de imigrantes ilegais e turistas.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
A ordem de Donald Trump que visava restringir o direito à cidadania para filhos de imigrantes ilegais e turistas foi temporariamente suspensa pela Justiça Federal dos Estados Unidos, gerando mais um capítulo na discussão sobre a imigração ilegal no país. Trump já anunciou que recorrerá da decisão.
Desde o início de seu mandato, Trump tem adotado medidas rigorosas para combater a imigração ilegal. A ordem suspensa fazia parte de um conjunto de ações para ajustar a legislação americana, especialmente em relação à cidadania para crianças nascidas no país. De acordo com a medida, filhos de imigrantes ilegais ou temporários, como turistas e portadores de vistos, não teriam direito automático à cidadania americana.
Se a ordem fosse implementada, qualquer criança nascida após 19 de fevereiro cujos pais não fossem cidadãos ou residentes permanentes legais poderia ser deportada. Além disso, a criança estaria proibida de acessar benefícios sociais ou de trabalhar legalmente quando atingisse a maioridade.
A decisão judicial foi tomada após ações movidas por procuradores-gerais e grupos civis de estados governados por democratas, que argumentaram que a ordem violava a 14ª Emenda da Constituição, que garante a cidadania a qualquer pessoa nascida nos Estados Unidos. O juiz John Coughenour, de Seattle, analisou o caso e suspendeu a medida, chamando-a de “flagrantemente inconstitucional.”
“Estou tendo dificuldade para entender como um membro da ordem pode declarar inequivocamente que esta ordem é constitucional“, afirmou o juiz durante a audiência, questionando o advogado do Departamento de Justiça dos EUA.
Em resposta à decisão, Trump se mostrou decidido a recorrer, destacando a escolha do juiz responsável pela suspensão. “Eles levaram o caso para um certo juiz em Seattle, pelo que parece, certo? E com esse juiz, não há surpresas”, afirmou o presidente, que segue firme em sua política de combate à imigração ilegal.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos, por sua vez, sustenta que a 14ª Emenda não foi originalmente interpretada como uma extensão universal de cidadania a todos os nascidos no país, especialmente para aqueles cujos pais não têm status legal permanente. Além disso, propostas legislativas apresentadas por deputados republicanos visam restringir a cidadania automática, limitando-a aos filhos de cidadãos ou residentes permanentes legais. Essas propostas estão sendo debatidas no Congresso.
Mesmo com a suspensão temporária da ordem, Trump continua firme em sua posição de combater a imigração ilegal e reforçar a segurança nas fronteiras, elementos-chave de sua plataforma política.
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