
Presidente minimiza preocupações fiscais e prioriza aumento de tributos para sustentar despesas do governo.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA
Durante uma coletiva no Palácio do Planalto nesta quinta-feira, 30, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou sua postura contra novos cortes de gastos, ignorando alertas sobre o crescimento da dívida pública. Ao ser questionado sobre possíveis medidas de ajuste fiscal, o petista afirmou que essa não é sua prioridade e que pretende focar na arrecadação como solução para equilibrar as contas.
“Não tem outra medida fiscal”, declarou Lula.
“Se apresentar ao longo do ano a necessidade, podemos discutir. Mas, se depender de mim, não tem outra medida fiscal. Vamos pensar no desenvolvimento saudável do país.”
A fala do presidente reflete sua resistência em adotar políticas de austeridade, mesmo diante de um cenário econômico que exige maior controle das despesas. Para ele, a responsabilidade fiscal não pode ser usada como justificativa para reduzir investimentos ou cortar benefícios sociais.
Aposta no aumento da arrecadação
Lula argumenta que o governo está conseguindo manter as contas dentro da meta fiscal sem precisar reduzir gastos, graças ao crescimento da arrecadação.
Em 2024, o governo federal arrecadou R$ 2,65 trilhões, um aumento real de 9,62% em relação ao ano anterior.
Apesar do recorde de arrecadação, o país fechou o ano com um déficit fiscal de 0,1% do PIB, dentro da margem estabelecida pelo governo. No entanto, especialistas alertam que o aumento da arrecadação não será suficiente para cobrir o crescimento contínuo dos gastos públicos, especialmente diante de novas promessas de Lula para setores como infraestrutura, saúde e educação.
Enquanto a equipe econômica busca alternativas para manter o equilíbrio fiscal, o presidente insiste que não há necessidade de cortes significativos e tenta transferir a culpa para a gestão anterior. “Não existiu rombo fiscal”, disse.
“Existiu no governo passado. Neste governo, não haverá irresponsabilidade fiscal.”
Pressões e riscos para a economia
A resistência de Lula em reduzir despesas gera críticas de diversos setores da economia e da oposição, que cobram maior rigor na condução das contas públicas. O Congresso já demonstrou desconfiança em relação à estratégia do governo, especialmente depois da aprovação desidratada do pacote fiscal enviado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no final de 2024.
O Brasil enfrenta o desafio de equilibrar crescimento econômico e controle fiscal, mas a postura do presidente indica que a opção escolhida será aumentar tributos em vez de reduzir a máquina pública. Enquanto isso, investidores e agentes do mercado observam com cautela os próximos passos do governo, preocupados com a trajetória da dívida e o impacto das decisões fiscais na economia do país.
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