
Seu curioso formato “alienígena”, com centenas de milhares de espelhos apontados para suas torres mais altas que a Estátua da Liberdade, parecia sinalizar um certo futurismo tecnológico.
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
A Usina Térmica Solar Ivanpah, situada na fronteira entre a Califórnia e Nevada, nos Estados Unidos, encerrará suas operações em 2026, conforme anunciado em janeiro pela NRG Energy, uma das empresas coproprietárias do projeto.
A usina foi concebida como uma alternativa de energia mais limpa, utilizando tecnologia avançada para seu tempo e prometendo eficiência na geração de eletricidade. Com uma área de aproximadamente 13 km², o investimento foi significativo, mas a usina não obteve o sucesso esperado e a NRG já começou a informar seus parceiros sobre o fechamento iminente.
COMO FUNCIONAVA A IVANPAH?
A Ivanpah utilizava heliostatos, espelhos controlados por computadores, que rastreavam a trajetória do sol. Esses espelhos concentravam a luz solar em três torres de mais de 137 metros de altura, onde caldeiras com água eram aquecidas. O calor gerado transformava a água em vapor, acionando turbinas que produziam eletricidade.
Um dos atrativos dessa tecnologia inovadora era a capacidade de armazenar calor, permitindo a geração de energia mesmo durante a noite, quando não havia luz solar.
No momento de sua criação, a Ivanpah recebeu garantias de empréstimo do Departamento de Energia no valor de US$ 1,6 milhão (aproximadamente R$ 9,1 milhões). Contratos de longo prazo foram estabelecidos com empresas de fornecimento de energia, como a Pacific Gas & Electric e a Southern California Edison, para a compra da eletricidade gerada na usina.
Recentemente, a NRG finalizou um acordo com a Pacific para encerrar um contrato que se estenderia até 2039, o que, segundo um porta-voz, pode resultar em uma redução nas contas de luz dos californianos. As negociações com a Southern California Edison ainda estão em andamento.
O QUE NÃO FUNCIONOU?
A usina enfrentou problemas de inconsistência e nunca atingiu o desempenho esperado. A analista de energia solar Jenny Chase, da BloombergNEF, explicou que esse tipo de usina é tecnicamente desafiador. A operação depende da precisão com que os heliostatos conseguem seguir o sol, o que nem sempre ocorre.
“Alinhar todos os componentes perfeitamente o tempo todo é uma tarefa complexa”, observou Chase.
Além disso, a tecnologia solar fotovoltaica evoluiu e se tornou significativamente mais acessível nos últimos anos, com módulos solares disponíveis a preços muito baixos. Isso permitiu que muitas pessoas gerassem sua própria energia de forma independente, utilizando baterias para armazenamento, e transformou a Ivanpah em um símbolo de desperdício, recebendo críticas tanto de ambientalistas quanto de defensores de combustíveis fósseis.
Ivanpah foi alvo de críticas por sua localização em uma área que abriga tartarugas ameaçadas de extinção, e houve preocupações com a morte de pássaros devido ao calor intenso gerado pelos espelhos. Segundo Kenneth Gillingham, professor de economia da Universidade de Yale, é difícil prever quais tecnologias de energia solar seriam viáveis há 15 anos. Ele acredita que, apesar das dificuldades, algumas iniciativas se mostraram eficientes e o importante é que a inovação continue.
Embora tenha se tornado um exemplo de desperdício e impacto ambiental negativo, o local da Ivanpah deverá ser reimaginado para a geração de um novo tipo de energia solar no futuro, que será anunciada posteriormente.
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