
Operação pericial analisa assinaturas suspeitas e documentos apreendidos para apurar possíveis falsificações que podem ter lesado milhares de beneficiários em todo o país.
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
A Polícia Federal deu início, nesta semana, a uma etapa crucial da investigação que apura fraudes em contratos firmados entre entidades privadas e beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O trabalho, que ocorre em Brasília e conta com o apoio de peritos do Instituto Nacional de Criminalística (INC), visa confirmar a autenticidade de assinaturas presentes em contratos suspeitos de terem sido forjados para viabilizar descontos indevidos nos benefícios previdenciários.
Análise minuciosa de assinaturas e documentos apreendidos
A técnica utilizada pelos peritos federais é a grafoscopia, procedimento de perícia grafotécnica que permite verificar se uma assinatura pertence ou não à pessoa que supostamente firmou o documento. A análise envolve a comparação das assinaturas contidas em contratos apreendidos com amostras legítimas e reconhecidas, visando identificar possíveis fraudes e falsificações.
Além das assinaturas, a PF também analisa um grande volume de documentos físicos e digitais coletados em operações recentes, incluindo materiais apreendidos na sede do INSS em Brasília, escritórios de empresas envolvidas no esquema e na residência de suspeitos.
Perícia em aparelhos eletrônicos amplia investigação
A investigação ainda inclui a perícia de cerca de 200 celulares apreendidos com autorização judicial. Os peritos buscam mensagens, registros de chamadas, arquivos e documentos — inclusive os já apagados — que possam indicar a atuação de grupos criminosos responsáveis pela fraude. Também foram recolhidos pen drives, HDs externos e anotações manuscritas consideradas relevantes.
Entre os materiais apreendidos, chama a atenção dos investigadores uma pasta amarela encontrada em um apartamento, contendo anotações suspeitas, incluindo a frase “agradecer o CNPS” e a menção a um valor de R$ 150 milhões. Esse material está sendo analisado para identificar a origem do valor e sua possível relação com as fraudes.
Objetivo é identificar responsáveis e mensurar prejuízo
A Polícia Federal pretende, com a perícia, identificar não apenas a existência das falsificações, mas também quem foram os responsáveis diretos pela fraude, os beneficiados pelo esquema e os prejuízos efetivos causados às vítimas. Peritos envolvidos afirmam que, caso comprovada a falsificação, será possível indicar inclusive a técnica utilizada para adulterar as assinaturas.
O trabalho é parte de uma ampla operação que apura desvios e fraudes no sistema previdenciário nacional e pode levar à responsabilização de servidores públicos e representantes de entidades privadas.
Desdobramentos esperados
Os resultados preliminares da perícia devem começar a ser divulgados nas próximas semanas. A depender das conclusões, novas operações podem ser deflagradas para cumprir mandados de prisão, busca e apreensão, além de bloqueio de bens dos envolvidos.
A Polícia Federal reforçou, em nota, seu compromisso com o combate a fraudes previdenciárias e com a proteção dos direitos dos aposentados e pensionistas brasileiros.
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