Governo Lula se opõe a iniciativa dos EUA de classificar PCC e CV como facções terroristas

Mesmo com evidências da atuação global de organizações criminosas brasileiras, Planalto resiste a medidas mais duras sugeridas por Washington.

Por Gilvania Alves|GNEWSUSA 

Enquanto os Estados Unidos buscam estratégias firmes para conter o avanço de facções criminosas em seu território, o governo brasileiro optou por seguir outro caminho. Nesta terça-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rejeitou uma proposta oficial dos norte-americanos que sugeria a inclusão do PCC (Primeiro Comando da Capital) e do Comando Vermelho na lista de organizações terroristas.

A recomendação partiu de uma delegação americana que esteve em Brasília para apresentar argumentos detalhados sobre a expansão dessas facções fora do Brasil. À frente do grupo, estava David Gambale, autoridade do Departamento de Estado responsável por sanções. A justificativa dos EUA se baseia na presença crescente das organizações criminosas em solo americano.

“O FBI já identificou presença das duas organizações em 12 estados americanos, incluindo Nova York, Flórida e Nova Jersey”, informou Gamble durante a reunião com representantes do governo brasileiro.

De acordo com os dados levados pelos norte-americanos, as facções estariam utilizando os Estados Unidos para atividades de lavagem de dinheiro, movimentando recursos ilícitos por meio de brasileiros que viajam ao país. A classificação como terroristas permitiria que Washington impusesse sanções mais rigorosas, inclusive financeiras.

Apesar da gravidade dos dados apresentados, a administração de Lula não aceitou a proposta, sinalizando mais uma vez sua relutância em tratar o crime organizado com o rigor que o cenário internacional exige. A decisão frustrou as expectativas de cooperação mais efetiva entre os dois países na área de segurança.

“Segundo os americanos, as facções usam o território dos EUA para lavar dinheiro por meio de brasileiros que viajam ao país.”

O episódio reforça uma tendência do atual governo de minimizar a gravidade das ações de grandes facções, mesmo diante de alertas externos. Para críticos da política de segurança do PT, trata-se de uma escolha política que desconsidera os riscos transnacionais do narcotráfico e da violência armada.

A reunião entre as autoridades brasileiras e a delegação estrangeira terminou sem acordo. Com isso, os Estados Unidos seguirão sua própria estratégia, enquanto o Brasil, mais uma vez, se isola no enfrentamento ao crime organizado internacional.

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