
Com presença de Bolsonaro, Michelle, parlamentares e milhares de brasileiros, manifestação reforça apelo popular por justiça humanitária e unidade nacional.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Brasília presenciou nesta quarta-feira (7) uma das maiores mobilizações populares dos últimos tempos, com a realização da “Caminhada Pacífica pela Anistia Humanitária”. Milhares de brasileiros, de diferentes partes do país, tomaram o Eixo Monumental em um clamor uníssono: “Anistia já”. O ato, que teve início na Torre de TV e seguiu até a Esplanada dos Ministérios, reuniu figuras emblemáticas da política nacional como o ex-presidente Jair Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia e diversos parlamentares do Partido Liberal (PL).
Com cartazes, orações e cânticos, os manifestantes demonstraram firmeza, mas também espírito pacífico e patriótico. Eles pediram a libertação e o reconhecimento da desproporcionalidade das penas impostas a cidadãos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 — muitos dos quais sem antecedentes criminais e acusados de ações sem comprovação de violência ou ameaça real ao Estado.
“O Parlamento representa a vontade da maioria do povo brasileiro”, afirmou Jair Bolsonaro durante seu discurso, enfatizando que a anistia é um ato legítimo, constitucional e, sobretudo, político. “A anistia é um ato político e privativo do Parlamento brasileiro. O Parlamento votou, ninguém tem que se meter em nada. Tem que cumprir a vontade do Parlamento que representa a vontade da maioria do povo brasileiro”, declarou, sendo ovacionado pelos presentes.
Michelle Bolsonaro também emocionou os presentes ao citar a recente atuação do ministro Luiz Fux em um dos julgamentos emblemáticos. “Eu peço, não desista da nossa nação, continue orando por ela, continue para Deus, continue orando para que Deus toque nos corações de cada ministro, e aqui o agradecimento ao ministro Luiz Fux, que foi sensato em seu voto, em favor de Débora”, disse, referindo-se à cabeleireira condenada por pichar com batom uma estátua, ação pela qual o ministro divergiu da pena original considerada exagerada.
Outro momento de forte comoção foi o discurso do deputado federal Nicolas Ferreira (PL-MG). Em tom firme e direto, ele cobrou do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a imediata votação do projeto de anistia. “Aumento de deputado não é prioridade para o Brasil; prioridade é a anistia já. Deputado Hugo Motta, você foi eleito pelos nossos votos, então, por honra, por dignidade e por fazer o que é certo, paute a anistia. O nosso país não pode ficar refém de uma decisão de uma pessoa. Aqui estão representantes do povo, aqui está o Supremo. Porque vocês são o Supremo, o Supremo é o povo. Anistia já.”
O pastor Silas Malafaia também subiu ao carro de som e lembrou que decisões recentes do Supremo Tribunal Federal enfraquecem a tese de golpe. “O ministro Fux acabou com a farsa do golpe. Ele desmascarou Alexandre de Moraes. Ele disse que não tem prova de golpe de Estado, nem de associação armada, nem abolição do Estado Democrático”, afirmou.
A mobilização foi marcada pela ordem, emoção e sentimento de esperança. A mensagem passada foi clara: o Brasil precisa seguir em frente, curar feridas e restaurar a confiança na justiça e no diálogo democrático.
Com o projeto de anistia pronto para votação direta em plenário, caso a urgência seja aprovada, cresce a expectativa para que o Parlamento ouça o apelo das ruas e atue em favor da reconciliação nacional.
A “Caminhada pela Anistia” entra para a história como um grito pacífico de milhares de brasileiros que não pedem impunidade, mas justiça com humanidade, equilíbrio e verdade. A democracia se fortalece quando o povo é ouvido — e hoje, em Brasília, ele falou alto.
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