Márcia Cristina tentou conhecer a França, mas foi barrada por agentes da imigração no momento que desembarcou no Aeroporto de Paris Beauvais.
Por Chico Gomes | GNEWSUSA
A brasileira Márcia Cristina Rodrigues Silva, 31 anos, afirma que foi deportada da França em maio, mesmo estando com o visto do passaporte válido. Ela relata que chegou a ter o documento retido sem explicações ao tentar usufruir de alguns dias de lazer em Paris.
Moradora de São Paulo, Márcia estuda doutorado e fez uma parte do curso em Portugal, onde estava quando teve o desejo de conhecer outras partes da Europa, escolhendo a França como destino.
“Eu fui muito tranquila porque o meu visto era de estudante, então, como eu estava fazendo doutorado, fiquei com a cabeça tranquila. Procurei a AIMA, Agência para Integração, Migração e Asilo de Portugal, para checar se estava tudo certo com o meu visto, se precisava de mais algum documento para viajar, e eles disseram que não, que estava tudo certo”, lembra.
A estudante comprou as passagens de Porto para Paris, mas ao desembarcar no Aeroporto de Paris Beauvais foi abordada por agentes da imigração e conduzida a uma sala com outros imigrantes. Quando chegou sua vez na fila da imigração, uma agente pegou seu passaporte, a levou para uma sala onde se encontrava outro policial e não devolveu o documento.
“Me levaram para uma sala, pegaram o meu passaporte. Tentei conversar, tentei usar o Google Tradutor para me comunicar e entender o que estava acontecendo, mas toda vez que eu me levantava, o policial gritava comigo e colocava a mão na arma que estava na cintura”, recorda a brasileira.
Auxiliada por outra brasileira que também estava na sala e falava francês, Márcia soube que os agentes alegavam que ela só poderia circular por países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). Ela afirma que não tinha conhecimento disso e diz que foi coagida pelo agente da imigração a assinar um documento.
“Ele falou: ‘Você vai voltar para Portugal e você não pode nem pisar em nenhum país da Europa, a não ser Portugal, porque, se você pisar, vai ser muito pior para você’, em um tom de ameaça mesmo”, diz a brasileira, mencionando que o policial usou o Google Tradutor para lhe falar isso. Com medo, ela assinou o papel mesmo sem saber o teor.
Visto estava válido para a França
Márcia conta que ao chegar em Porto procurou o consulado brasileiro para saber o que havia de errado em seu passaporte e no visto para causar o problema, mas foi informada que seu visto estava válido, permitindo a circulação no Espaço Schengen, que inclui a França.
“O vice-cônsul brasileiro que me atendeu disse que provavelmente acabei assinando um documento, sem saber, que impede a minha entrada na Europa por três anos e que o que foi feito comigo foi maldade mesmo, considerando que eu já tinha passagem de volta para o Brasil”, declara a brasileira, que desenvolveu sintomas de ansiedade e teve uma crise de pânico no retorno ao Brasil, ao passar pelo controle de passaportes na Alemanha.
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