Dólar dispara e escancara descontrole fiscal do governo

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Falta de medidas claras e declarações controversas ampliam incerteza e pressionam a economia brasileira. 
Por Ana Mendes | GNEWSUSA

A recente disparada do dólar para R$ 5,76 revela não apenas as fragilidades do cenário econômico brasileiro, mas também a falta de clareza nas decisões do governo. As falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que indicam a ausência de ações imediatas para conter gastos públicos, geraram instabilidade e aumentaram a desconfiança entre investidores. O resultado é um mercado cambial volátil, com a moeda norte-americana atingindo seu maior valor desde a pandemia.

A hesitação em adotar austeridade desanima investidores, que buscam alternativas mais seguras fora do país. Além das declarações de Haddad, o atraso na definição de medidas fiscais pós-eleições só intensificou a instabilidade. Essa percepção negativa reflete uma fragilidade maior do que o governo quer admitir e expõe a economia brasileira às flutuações causadas pela incerteza global.

Falta de previsibilidade amplia riscos

A valorização do dólar é um reflexo direto da perda de confiança na gestão fiscal brasileira. O mercado acompanha de perto não apenas as decisões internas, mas também os sinais emitidos pelo Banco Central, que tem limitado espaço para atuar com instrumentos como swaps cambiais. No entanto, o movimento recente do câmbio é também amplificado por fatores externos, como o desempenho robusto da economia dos EUA e a expectativa de novas altas nos juros pelo Federal Reserve.

Investidores internacionais continuam a priorizar ativos denominados em dólar, dada a estabilidade e atratividade dos mercados americanos. Enquanto isso, a economia brasileira, presa à incerteza fiscal e política, torna-se menos competitiva e atrativa para o capital estrangeiro.

A conta da hesitação

Sem um plano claro para o controle das contas públicas, o Brasil corre o risco de aprofundar ainda mais seu cenário de incertezas. O impacto não se limita apenas ao câmbio; pode afetar o crescimento econômico, a inflação e a confiança empresarial. Cada dia de hesitação em apresentar uma estratégia econômica consistente aumenta o custo para o país.

A falta de previsibilidade cobra seu preço: investidores se afastam, e a pressão sobre a moeda encarece importações, com impactos diretos na inflação. Se o governo não corrigir o rumo, poderá enfrentar um cenário de agravamento econômico e maior instabilidade financeira.

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