Dados preocupam autoridades de saúde; Bahia, Rio de Janeiro e Maranhão também apresentam alta.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA
O estado do Ceará é um dos quatro estados brasileiros que apresentaram um aumento significativo nos casos graves de infecção por rinovírus entre crianças e adolescentes, segundo o boletim Infogripe divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira (7). A análise abrange o período entre 27 de outubro e 2 de novembro e indica que, além do Ceará, a Bahia, o Rio de Janeiro e o Maranhão também registraram crescimento nos casos críticos.
O levantamento considera as notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que é uma complicação grave associada a infecções virais. A SRAG pode causar sintomas como dificuldade respiratória intensa e queda no nível de saturação de oxigênio, colocando pacientes em situação de risco. Embora o rinovírus seja geralmente associado a resfriados leves, como coriza, tosse e dor de garganta, ele pode evoluir para quadros graves em crianças pequenas e grupos vulneráveis, resultando em hospitalizações.
Crescimento de infecções por rinovírus preocupa durante a temporada de ventos
Os especialistas ressaltam que, nesse período do ano, o aumento de doenças respiratórias é comum, especialmente devido às mudanças climáticas, como a chamada “temporada de ventos” no Ceará, que pode agravar problemas respiratórios preexistentes.
A pesquisadora Tatiana Portella, coordenadora do programa Infogripe da Fiocruz, destacou que, nas últimas semanas epidemiológicas, o rinovírus foi responsável por 36,8% das infecções respiratórias no país, sendo o principal agente por trás das hospitalizações em crianças e adolescentes de até 14 anos. Em comparação, os casos graves de Covid-19 continuam em queda na maioria das regiões, exceto no Rio de Janeiro, onde há um aumento entre idosos.
Importância da vacinação para grupos de risco
Diante do cenário de crescimento de infecções respiratórias, a Fiocruz reforça a importância da vacinação para os grupos de risco, incluindo idosos, crianças, pessoas com comorbidades e puérperas. Embora a vacina não previna infecções por rinovírus, ela é crucial para a proteção contra outras infecções virais graves, como a Covid-19, que ainda representa a maioria dos casos de SRAG que evoluem para óbito no país.
Segundo o boletim, nas últimas quatro semanas, o coronavírus respondeu por 24,2% das infecções respiratórias, seguido por influenza B (11%), influenza A (11%) e vírus sincicial respiratório (4,9%). Esses dados ressaltam a necessidade de vigilância contínua e medidas preventivas para proteger a população mais vulnerável.
A orientação é que, diante de sintomas respiratórios graves, os responsáveis procurem atendimento médico para evitar complicações, especialmente em crianças pequenas e idosos, que são mais suscetíveis ao agravamento dessas condições.
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