Entender os gatilhos e saber como lidar com crises pode trazer mais conforto e segurança para a criança.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
O autismo, ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), é caracterizado por desafios na comunicação, no comportamento e na interação social. Crianças autistas podem passar por crises, também conhecidas como “meltdowns”, que são reações intensas a estímulos que sobrecarregam seu sistema sensorial. Essas crises podem ser angustiantes tanto para a criança quanto para os familiares, por isso é fundamental entender o que pode desencadeá-las e como agir para minimizar o impacto.
O que pode causar crises em crianças autistas?
As crises em crianças autistas são frequentemente provocadas por situações que causam sobrecarga sensorial ou emocional. Entre os principais gatilhos estão:
- Ruídos altos ou inesperados (como sirenes ou buzinas).
- Ambientes superlotados e caóticos, com muitas pessoas ou luzes brilhantes.
- Mudanças na rotina, como atrasos, alterações de planos ou novas experiências.
- Frustrações por não conseguir se expressar ou ser compreendido, o que pode aumentar a ansiedade.
- Fadiga ou cansaço extremo, especialmente se a criança não dormiu bem ou está fisicamente exausta.
- Estímulos sensoriais específicos que podem ser desconfortáveis, como tecidos de certas roupas, cheiros fortes ou texturas de alimentos.
Como evitar crises
Embora nem sempre seja possível evitar todas as crises, algumas estratégias podem ajudar a minimizar os gatilhos:
- Manter uma rotina estruturada e previsível para a criança. Avisá-la com antecedência sobre mudanças, utilizando recursos visuais como calendários e horários ilustrados.
- Criar um ambiente sensorialmente seguro, limitando o acesso a estímulos excessivos, como luzes piscando ou sons altos.
- Utilizar técnicas de comunicação visual, como cartões e figuras, para ajudar a criança a expressar suas necessidades e emoções.
- Oferecer intervalos sensoriais durante atividades que possam ser cansativas, permitindo que a criança se acalme em um ambiente tranquilo.
- Incluir atividades relaxantes, como respiração profunda, uso de fones de ouvido com cancelamento de ruído ou brinquedos de estimulação sensorial.
Como agir durante uma crise
Se uma crise acontecer, é importante permanecer calmo e seguir algumas orientações para ajudar a criança a se acalmar:
- Mantenha a calma: Evite gritar ou fazer movimentos bruscos, pois isso pode intensificar a crise.
- Reduza os estímulos: Se possível, leve a criança para um local mais silencioso e menos iluminado. Diminuir o ambiente sensorial pode ajudar a aliviar a sobrecarga.
- Dê espaço: Algumas crianças precisam de espaço para liberar a tensão, enquanto outras podem se beneficiar de um abraço firme (se isso for algo que a criança aceite).
- Use técnicas de autorregulação: Incentive o uso de brinquedos calmantes ou atividades que a criança já tenha demonstrado que a ajudam a se tranquilizar, como apertar uma bola de borracha ou respirar profundamente.
- Evite repreender: Lembre-se de que a crise não é um comportamento proposital, mas sim uma reação a um ambiente que a criança não consegue controlar. Mostrar empatia e compreensão é fundamental.
Buscando apoio profissional
Se as crises forem frequentes ou intensas, pode ser útil buscar orientação de um terapeuta especializado em TEA, como um terapeuta ocupacional, que pode desenvolver estratégias personalizadas para ajudar a criança a lidar melhor com os estímulos e a regular suas emoções.
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Parabéns, Paloma! Muito importante cada informação.
Ótimo resumo! Informação é necessário para podermos entender um pouco onde muitos julgam e não tem empatia.
Parabéns. É muito importante para sabermos a importância de uma crise e como lhe dá com com ela.
Muito interessante e de grande importância para nós mães atípicas