Oposição acusa presidente de omissão e aponta ligação direta com irmão envolvido em esquema de descontos ilegais a aposentados.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
O cenário político brasileiro volta a esquentar com um novo pedido de impeachment protocolado contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O requerimento, apresentado pelo deputado federal Evair Vieira de Melo (PP), acusa Lula de ter se omitido diante de um grave esquema de irregularidades financeiras envolvendo o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), presidido por seu irmão, José Ferreira da Silva, o Frei Chico.
A denúncia se apoia em investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), que revelaram a aplicação de descontos ilegais nas aposentadorias de milhares de idosos filiados ao sindicato. “Estamos diante de uma das mais cruéis práticas contra a dignidade dos aposentados deste país”, afirmou Vieira de Melo. “Houve uma escalada no número de filiados e no faturamento do sindicato, à custa de cobranças irregulares e sem consentimento.”
Entre os principais argumentos apresentados no pedido está uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), que aponta um salto de R$ 100 milhões no faturamento do Sindnapi entre 2021 e 2023. Esse crescimento coincidiria com o período em que o número de associados saltou de 170 mil para 420 mil — movimento descrito pelo deputado como “o auge da farra dos descontos”.
Além do aumento de receita, a CGU identificou práticas de “associação compulsória e venda casada de serviços financeiros”, que, segundo Vieira de Melo, ferem diretamente os princípios constitucionais de legalidade e moralidade. “O presidente Lula, ao não agir diante da atuação de seu irmão em uma entidade que comete abusos contra os aposentados, incorre em omissão grave. Isso compromete sua responsabilidade administrativa e política”, sustentou.
Frei Chico, além de ser irmão do presidente, ocupa o cargo de vice-presidente do Sindnapi, o que, segundo o parlamentar, representa um evidente conflito de interesses. “Não se trata apenas de uma ligação familiar. É uma conexão funcional direta que exige apuração rigorosa e consequências proporcionais à gravidade dos fatos”, disse o deputado.
O pedido não apenas solicita a abertura do processo de impeachment, mas também requer o afastamento imediato de Lula do cargo, a apreciação do caso pelo Senado Federal e, em caso de condenação, a suspensão dos seus direitos políticos por oito anos.
A proposta agora aguarda avaliação da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, que deverá decidir se dará andamento ao processo. A pressão política cresce em meio à insatisfação de aposentados lesados e à crescente cobrança por responsabilidade e ética na administração pública.
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