
Estudos revelam que fatores genéticos e ambientais influenciam o desenvolvimento de alergias em gêmeos, destacando a complexidade das interações entre DNA e ambiente.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA
A relação entre gêmeos e alergias tem sido objeto de estudo para entender como fatores genéticos e ambientais contribuem para o desenvolvimento de respostas alérgicas. Pesquisas indicam que, embora gêmeos idênticos compartilhem o mesmo material genético, eles nem sempre apresentam as mesmas alergias, o que sugere a influência significativa do ambiente.
Genética: a base da predisposição
Gêmeos idênticos (monozigóticos) compartilham praticamente 100% de seu DNA, enquanto gêmeos fraternos (dizigóticos) compartilham cerca de 50%, o equivalente à genética de irmãos comuns. Estudos demonstram que gêmeos idênticos têm maior concordância em desenvolver alergias do que gêmeos fraternos, indicando uma forte influência genética.
A predisposição genética para alergias é conhecida como atopia. Segundo o professor Sílvio César Zeppone, da Faculdade de Medicina da UFMG, a atopia é uma condição hereditária que pode se manifestar de diversas formas, como rinite alérgica, asma e alergias alimentares.
Ambiente: o papel das exposições
Apesar da forte influência genética, fatores ambientais também desempenham papel crucial no desenvolvimento de alergias. Estudos com gêmeos mostram que, mesmo com predisposição genética semelhante, exposições ambientais diferentes podem levar a respostas alérgicas distintas.
Fatores como dieta, uso de antibióticos, exposição a alérgenos e à poluição influenciam diretamente o sistema imunológico. Por exemplo, um estudo publicado na revista Nature Communications identificou que desequilíbrios na microbiota intestinal estão associados ao desenvolvimento de alergias como eczema, asma e alergias alimentares.
Epigenética: a interação entre genes e ambiente
A epigenética estuda como fatores externos podem alterar a expressão dos genes sem modificar sua sequência original. Essas mudanças podem ativar ou desativar genes relacionados às respostas alérgicas. A exposição precoce a determinados alérgenos, por exemplo, pode sensibilizar o sistema imunológico, aumentando o risco de alergias futuras.
A ocorrência de alergias em gêmeos é resultado de uma complexa interação entre predisposição genética e exposições ambientais. Enquanto a genética fornece a base da suscetibilidade, o ambiente influencia significativamente se — e como — essa predisposição se manifestará. Compreender essas interações é essencial para o desenvolvimento de estratégias eficazes de prevenção e tratamento das alergias.
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