Viagem gerou custos elevados, incluindo despesas com militares, assessores e familiares da primeira-dama, Janja.
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Em março deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou em uma viagem ao Japão e Vietnã, acompanhando uma imensa comitiva de aproximadamente 220 pessoas, que resultou em gastos que superaram os R$ 4,5 milhões. Contudo, alguns dados permanecem inacessíveis, e o valor total da missão pode ser ainda maior.
A comitiva foi composta por uma grande diversidade de integrantes, desde parlamentares e servidores do Executivo, até militares e membros próximos da primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja. Esses números e custos fazem da missão a maior já realizada por Lula desde o início de seu mandato. No entanto, a lista completa de participantes ainda não foi divulgada, nem no Portal da Transparência, nem no Painel de Viagens, apesar de documentos acessíveis indicarem uma grande quantidade de pessoas envolvidas.
A Secretaria de Comunicação da Presidência se recusou a fornecer informações detalhadas sobre o número total de viajantes e os custos totais, alegando que dados sobre as comitivas técnicas e de apoio são classificados como “reservados”, podendo ficar em sigilo por até cinco anos. Isso gerou ainda mais especulação sobre a magnitude da viagem e seus custos.
Janja, sem cargo formal, gastou mais de R$ 60 mil
A viagem de Janja, que não ocupa nenhum cargo formal no governo, também gerou polêmica. A primeira-dama embarcou para o Japão antes da comitiva oficial, acompanhando a equipe avançada em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB). Depois, retornou ao Brasil em classe executiva no trecho Paris-São Paulo, com custos totais superiores a R$ 60 mil, conforme registros do Painel de Viagens. Em entrevista à imprensa, ela justificou sua viagem antecipada, afirmando que tinha o objetivo de “economizar passagem aérea”, ao integrar a equipe precursora.
No entanto, o fato de Janja ocupar uma posição sem vínculo oficial com o governo, mas ainda assim ter seus deslocamentos bancados pelo erário, gerou críticas. Além disso, ela foi hospedada na residência do embaixador brasileiro em Tóquio.
Escala no Alasca e custos elevados com hospedagem e transporte
Outro ponto controverso da viagem foram os gastos extras com a escala no Alasca. Durante o trajeto de ida e volta, os voos da FAB fizeram uma parada em Anchorage, o que gerou custos com hospedagem e transporte. Somente os pernoites no hotel Crowne Plaza em Anchorage totalizaram R$ 77,9 mil, e o aluguel de veículos com motoristas, pagos à empresa BAC Transportation LLC, chegou a R$ 397,8 mil.
Esses custos adicionais com a logística, que não foram diretamente necessários para a missão oficial, geraram críticas sobre a forma como o dinheiro público foi utilizado, especialmente considerando o cenário econômico do país e as dificuldades financeiras enfrentadas por muitas famílias brasileiras.
Despesas de autoridades governamentais chamam atenção
Além dos custos com a primeira-dama, outras autoridades do governo também estão no centro das críticas devido aos altos gastos gerados pela viagem. Entre os que mais contribuíram para os custos está o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Márcio Elias Rosa, que gastou R$ 112,2 mil em passagens e diárias. O deputado Juscelino Filho (União-MA), ex-ministro das Comunicações, também aparece na lista com R$ 99,6 mil de despesas. Juscelino foi um dos últimos membros a embarcar antes de pedir demissão do cargo, após ser implicado em uma denúncia sobre desvio de emendas parlamentares.
Embora o Ministério tenha justificado esses gastos elevados, alegando que as passagens foram adquiridas após uma pesquisa de preços feita por uma empresa contratada, o impacto da viagem e os custos envolvidos continuam sendo motivo de discussão pública.
Leia mais
Arábia Saudita investe US$ 600 bilhões nos EUA e dá início a “era de ouro”, diz Trump
Cristiano Ronaldo celebra estreia do filho Cristiano Jr. pela seleção de Portugal
Faça um comentário