Gestão econômica falha e juros elevados ameaçam mercado de FIIs no Brasil

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Alta da Selic, perda de atratividade e a falta de respostas do governo.
Por Ana Mendes | GNEWSUSA

Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) no Brasil estão atravessando um período de dificuldades, em grande parte por conta da elevação da taxa Selic. O Banco Central justificou o aumento como necessário para conter a inflação, mas a política de juros altos vem prejudicando não apenas o mercado imobiliário, mas também a recuperação econômica como um todo. A falta de coordenação entre as decisões do governo e os órgãos econômicos reforça o cenário de instabilidade, desmotivando investidores e gerando fuga de capitais.

Selic alta e a migração para a renda fixa

Com a Selic em patamares elevados, investimentos de renda fixa se tornaram mais atraentes por oferecerem retorno seguro e previsível, sem a volatilidade dos FIIs. Essa situação reflete uma falta de visão estratégica por parte das autoridades econômicas, que poderiam ter equilibrado a política monetária para estimular tanto a segurança financeira quanto a retomada de setores produtivos. Em vez disso, o aperto nos juros gerou uma migração em massa para alternativas de baixo risco, deprimindo o valor das cotas dos fundos imobiliários e travando o crescimento do mercado.

Proventos garantem algum fôlego, mas o cenário é preocupante

Embora muitos FIIs ainda distribuam proventos regulares provenientes de aluguéis, a queda no valor das cotas reduz o apelo desses fundos como investimentos de longo prazo. A insegurança gerada pela ineficiência na gestão econômica amplia as dificuldades para quem busca estabilidade e renda passiva, afastando investidores que antes viam nos FIIs uma oportunidade sólida.

Falta de incentivo e alternativas imobiliárias

O descaso com o setor imobiliário também é evidente na falta de incentivos fiscais e políticas públicas que poderiam dinamizar esse mercado. Em meio à fuga dos FIIs, alternativas como LCIs e CRIs atraem mais investidores, sobretudo pela isenção de imposto de renda para pessoas físicas, enquanto ETFs imobiliários se destacam por oferecer diversificação e menor custo de administração.

Mesmo a compra direta de imóveis, que exige maior capital e gestão ativa, surge como opção para quem prefere escapar da incerteza associada aos fundos imobiliários. Esse panorama mostra como o governo falha em criar um ambiente favorável para investimentos diversificados.

O que esperar daqui para frente?

A persistência dos juros altos mantém a economia brasileira estagnada, e a recuperação dos FIIs dependerá de uma queda significativa nas taxas. Porém, essa mudança só será possível com uma gestão mais eficiente e coordenada entre o governo e o Banco Central — algo que parece distante no momento.

Apenas a redução dos juros poderá destravar o verdadeiro potencial dos FIIs, incentivando a valorização das cotas e restabelecendo a confiança dos investidores. Até lá, o mercado permanece refém da incerteza.

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