
Publicação traz recomendações para famílias e educadores sobre os impactos do excesso de telas.
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
O Governo Federal do Brasil lançou, na terça-feira (11), em Brasília, o guia “Crianças, Adolescentes e Telas: Guia sobre Uso de Dispositivos Digitais”. A publicação tem como objetivo oferecer diretrizes para que famílias e educadores possam garantir um uso equilibrado e seguro das tecnologias, promovendo a proteção da infância e prevenindo riscos à saúde mental e física.
O material foi desenvolvido em parceria com a Unesco, especialistas, organizações da sociedade civil e diversas instituições do governo brasileiro. Sua construção se baseou em relatos de crianças e adolescentes, além de referências como a Caderneta da Criança, utilizada na vigilância do desenvolvimento infantil.
Uso excessivo de telas e impactos na saúde
Pesquisas científicas apontam que a exposição prolongada a dispositivos digitais pode trazer diversas consequências, como:
- Dificuldades no desenvolvimento cognitivo e da fala
- Sedentarismo e risco de obesidade
- Problemas de visão, como miopia e fadiga ocular
- Aumento da ansiedade, depressão e distúrbios do sono
- Maior vulnerabilidade a cyberbullying e desinformação
Adolescentes são ainda mais suscetíveis aos efeitos negativos do ambiente digital, incluindo conteúdos perigosos e desafios online que incentivam comportamentos de risco. O pediatra Ricardo Becker, um dos especialistas envolvidos na elaboração do guia, destacou a importância da iniciativa:
“O uso consciente da tecnologia é essencial para garantir que as crianças tenham uma infância saudável, protegendo seu bem-estar emocional e sua formação como cidadãos.”
Recomendações sobre tempo de tela
O guia apresenta orientações sobre a exposição digital de acordo com a idade:
- Até 2 anos: evitar completamente o uso de telas.
- De 2 a 5 anos: até 1 hora por dia, sempre com supervisão de adultos.
- De 6 a 10 anos: limite de 2 horas diárias.
- De 11 a 17 anos: exposição máxima recomendada de 3 horas por dia.
Além disso, a publicação sugere que crianças não tenham celulares próprios antes dos 12 anos.
Políticas públicas e proteção digital
O guia reforça a importância de ações governamentais para proteger crianças e adolescentes no ambiente digital. Entre as medidas previstas estão campanhas de conscientização, educação midiática nas escolas e regulamentação do uso de dispositivos móveis.
A publicação também dialoga com a Lei Federal 15.100/2025, que restringe o uso de celulares em escolas públicas e privadas da educação básica. A legislação permite exceções apenas para fins pedagógicos ou para alunos que necessitam de acessibilidade.
Colaboração ampla na elaboração do guia
A iniciativa foi coordenada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom-PR), em conjunto com seis ministérios, incluindo os da Saúde, Educação, Justiça e Direitos Humanos. Também participaram organizações da sociedade civil, especialistas e instituições como o Instituto Alana e o Instituto Veredas, com apoio da Embaixada Britânica no Brasil.
A escuta ativa de crianças, adolescentes, pais e educadores foi um dos diferenciais do processo de criação do guia, garantindo que as recomendações estivessem alinhadas com a realidade das famílias brasileiras.
Com essa iniciativa, o governo busca equilibrar o acesso à tecnologia com a proteção da infância, promovendo o uso responsável e seguro dos dispositivos digitais.
- Leia mais:
https://gnewsusa.com/2025/03/inteligencia-artificial-revoluciona-diagnostico-da-epilepsia/
Faça um comentário