
Silenciosa e perigosa, a hipertensão pode afetar órgãos vitais sem apresentar sintomas. Entenda como ela age no organismo e quais complicações pode causar.
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA
A hipertensão arterial, conhecida popularmente como “pressão alta”, afeta cerca de 1 em cada 3 brasileiros adultos, segundo dados do Ministério da Saúde. Embora muitas vezes não apresente sintomas, a condição é considerada um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, AVC (acidente vascular cerebral), problemas renais e até perda de visão. Mas afinal, o que acontece no corpo quando a pressão está constantemente elevada?
Especialistas explicam que a pressão arterial alta força o coração, danifica vasos sanguíneos e sobrecarrega órgãos importantes como rins, cérebro e olhos. Quando não controlada, essa sobrecarga pode levar a consequências sérias — e, muitas vezes, irreversíveis.
Como a pressão alta age no organismo
A pressão arterial é a força que o sangue exerce contra as paredes das artérias para circular pelo corpo. Quando essa força está constantemente elevada — ou seja, acima de 140 por 90 mmHg, conforme orientação da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) —, ocorre um desgaste progressivo nos vasos sanguíneos e em diversos órgãos.
A hipertensão funciona como um ‘assassino silencioso’. Ela pode passar anos danificando o corpo sem causar dor ou qualquer sintoma aparente.
Impacto no coração
Com o tempo, o coração precisa se esforçar mais para bombear sangue contra a resistência imposta pelos vasos rígidos e estreitados. Isso pode levar a hipertrofia ventricular esquerda, uma condição em que o músculo cardíaco aumenta de tamanho e perde eficiência.
Se não tratada, a hipertensão pode evoluir para insuficiência cardíaca, arritmias e infarto do miocárdio.
Risco para o cérebro
A pressão alta é uma das principais causas de AVC, tanto do tipo isquêmico (quando há obstrução de um vaso) quanto do tipo hemorrágico (quando ocorre o rompimento de um vaso sanguíneo). O excesso de pressão pode danificar as artérias cerebrais, tornando-as mais frágeis e suscetíveis a rompimentos.
Além disso, estudos apontam que a hipertensão está relacionada ao declínio cognitivo e ao aumento do risco de demência.
Complicações na visão
A pressão elevada também pode afetar os olhos, especialmente a retina, causando um quadro chamado retinopatia hipertensiva. Em casos graves, pode haver perda parcial ou total da visão.
O comprometimento dos vasos da retina é um indicativo de que outros vasos do corpo também estão sofrendo.
Prejuízo aos rins
Os rins dependem de vasos sanguíneos saudáveis para filtrar o sangue. Com a hipertensão, esses vasos se estreitam e endurecem, o que reduz a capacidade de filtragem. Com o tempo, isso pode levar à insuficiência renal crônica, exigindo diálise ou transplante renal.
Fatores de risco e prevenção
Diversos fatores aumentam o risco de desenvolver hipertensão: idade avançada, obesidade, sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de sal, álcool, estresse e histórico familiar. No entanto, a boa notícia é que mudanças no estilo de vida podem prevenir e até reverter quadros iniciais.
Dicas de prevenção e controle:
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Reduzir o consumo de sal (menos de 5g por dia, segundo a OMS)
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Praticar atividade física regularmente
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Manter peso saudável
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Controlar o estresse
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Não fumar
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Evitar bebidas alcoólicas em excesso
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Medir a pressão com frequência, especialmente a partir dos 40 anos
Cuidar da pressão é cuidar da vida
A hipertensão é uma condição grave, mas tratável. O controle adequado, com acompanhamento médico e hábitos saudáveis, pode evitar complicações fatais e garantir qualidade de vida. O diagnóstico precoce é fundamental — e, por isso, medir a pressão com regularidade deve ser parte da rotina, mesmo para quem se sente bem.
Prevenir é sempre o melhor remédio!
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