Brasil: quadrilha armada bloqueia rodovia com fogo e rouba cargas valiosas de caminhões na BR-251

Operação Cargas D’Água revelou grupo altamente organizado que agia em rodovias de Minas Gerais e da Bahia, utilizando técnicas sofisticadas para interceptar caminhões de encomendas. 

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (17), uma operação que resultou no desmantelamento de uma quadrilha envolvida em uma série de roubos a cargas transportadas pelos Correios e pela empresa Mercado Livre. O grupo agia principalmente no trecho da rodovia BR-251, entre o Norte de Minas Gerais e parte do território baiano.

A investigação, que teve início no ano passado após o aumento dos assaltos nessa região, revelou que o bando operava com logística e planejamento bem definidos. Durante a ação, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão e expedidas intimações judiciais nos municípios mineiros de Cachoeira de Pajeú e Santa Cruz de Salinas, além da cidade de Barra do Choça, na Bahia. Cerca de 40 policiais federais participaram da ofensiva.

O grupo criminoso escolhia pontos estratégicos da BR-251 para surpreender caminhoneiros e obrigá-los a desviar das rotas. Para forçar a parada dos veículos, os assaltantes utilizavam artifícios como barricadas de fogo, lanternas de alta potência para ofuscar a visão dos motoristas e até bombas incendiárias, além de usarem balaclavas, luvas e roupas compridas para não deixar pistas como tatuagens ou impressões digitais.

As mercadorias de maior valor, principalmente produtos eletrônicos e smartphones, eram separadas e conduzidas para locais previamente definidos. O destino apontado pelas investigações era o distrito rural de Águas Altas, em Cachoeira de Pajeú, que funcionaria como base para redistribuição e ocultação dos itens roubados — fato que inspirou o nome da operação policial.

Um ponto que chamou atenção dos investigadores foi a possível participação de alguns motoristas de carga nos crimes. Há suspeita de que integrantes do esquema informavam rotas e horários das entregas para facilitar os assaltos. Em um dos casos apurados, um caminhoneiro que teria sido vítima dos criminosos foi flagrado posteriormente utilizando produto subtraído da própria carga roubada, o que reforça a hipótese de colaboração interna.

O bando também fazia uso de arsenal variado — incluindo pistolas, revólveres calibre .38, espingardas calibre 12 — e veículos adaptados, como caminhonetes, furgões, vans e até guinchos, o que ampliava as possibilidades de fuga após os crimes.

Todo o material recolhido durante a operação será submetido à perícia técnica. As investigações seguem em andamento para identificar outros possíveis envolvidos no esquema. Os suspeitos poderão responder por associação criminosa, roubo qualificado e receptação, crimes que juntos podem ultrapassar 20 anos de reclusão.

A ação reforça o compromisso das autoridades federais em coibir a atuação de quadrilhas especializadas no roubo de cargas, atividade que causa prejuízos milionários ao setor logístico e ameaça a segurança nas estradas brasileiras.

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