
Ex-presidente detalha perseguição política no Brasil e reforça alerta internacional sobre decisões do STF
Por Gilvania Alves|GNEWSUSA
Em um encontro significativo realizado nesta quinta-feira (13), o ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro recebeu uma comitiva da Organização dos Estados Americanos (OEA) para apresentar relatos sobre a atuação do ministro Alexandre de Moraes. A reunião ocorreu em Brasília e contou com a presença de Pedro Vaca Villarreal, relator especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Bolsonaro destacou a importância da conversa e demonstrou confiança na seriedade da OEA em analisar a situação. “Conversamos por cerca de 50 minutos. Ele [Pedro Vaca Villarreal] se mostrou interessado no que eu falava e disse que vai fazer um relatório sincero sobre o que está acontecendo aqui no Brasil”, afirmou o ex-presidente.
OEA prepara relatório detalhado sobre arbitrariedades no Brasil
A CIDH, órgão vinculado à OEA, já acompanha denúncias de abusos contra opositores políticos no Brasil. Durante o encontro, Bolsonaro reforçou que Moraes conduz investigações de forma arbitrária, utilizando inquéritos para perseguir adversários e mantendo prisões sem fundamentação legal.
Pedro Vaca Villarreal ouviu diversos depoimentos e indicou que a entidade pretende aprofundar a análise sobre o que está ocorrendo no país. “O tom dos relatórios é realmente impressionante. Temos que analisar isso com calma. Eles [STF] divulgaram um comunicado de imprensa sobre o encontro. Essa é a voz deles. Teremos a nossa mais tarde”, declarou o representante da OEA.
Repercussão internacional pode intensificar pressão sobre Moraes
A influência da OEA e o financiamento norte-americano são fatores que podem pesar na elaboração desse relatório. Os Estados Unidos são o maior contribuinte da organização, e a administração de Donald Trump, aliada de Bolsonaro, já demonstrou preocupação com decisões judiciais que afetam a liberdade de expressão e a democracia no Brasil.
Além de Trump, nomes como Elon Musk e Jason Miller, que também foram alvos de medidas judiciais no país, têm ampliado as críticas contra Moraes, reforçando a atenção internacional sobre os abusos cometidos pelo ministro do STF.
Casos de perseguição política ganham visibilidade
A OEA também tomou conhecimento de casos envolvendo manifestantes presos após os atos de 8 de janeiro. Um dos relatos apresentados foi o de Cleriston Pereira da Cunha, que faleceu no presídio da Papuda. Sua filha, Luiza Cunha, lembrou que laudos médicos e um parecer da Procuradoria-Geral da República indicavam a necessidade de sua soltura, mas Moraes ignorou os pedidos.
Diante da gravidade das denúncias, o relatório da OEA pode ter grande impacto e ampliar a pressão sobre o STF. A questão agora é qual será a intensidade dessa repercussão e até que ponto isso poderá comprometer a posição de Moraes no cenário jurídico e político.
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