A gangue haitiana 400 Mawozo, que sequestrou 17 missionários dos Estados Unidos e do Canadá em Porto Príncipe no sábado (16), exigiu um regate de US$ 1 milhão (R$ 5,5 milhões) para cada pessoa detida, segundo informações dadas pelo ministro da Justiça haitiano, Liszt Quitel, nesta terça (19).
As autoridades locais disseram que o grupo sequestrado foi capturado na região de Croix-des-Bouquets, a cerca de 13 quilômetros de Porto Príncipe, e é composto por 16 americanos e um canadense. Cinco crianças e seis mulheres estão entre as pessoas levadas.
“Frequentemente, essas gangues sabem que essas demandas não podem ser atendidas e vão considerar uma contraoferta das famílias”, disse Quitel. “As negociações podem levar alguns dias ou até semanas.”
Ainda de acordo com o ministro, a quadrilha não estabeleceu um prazo para o pagamento do valor exigido. Em abril, cinco padres, duas freiras e dois cidadãos franceses foram sequestrados na mesma região do sequestro atual e liberados no final daquele mês. Quitel afirmou que um resgate foi pago por dois dos padres, mas não detalhou os valores.
Os sequestros se tornaram cada vez mais comuns no Haiti em meio a uma crescente crise política e econômica, com ao menos 628 episódios do tipo de janeiro a setembro de 2021, de acordo com relatório do Centro Haitiano para Análise e Pesquisa em Direitos Humanos.
Nesta segunda (18), haitianos organizaram uma greve nacional para protestar contra as atividades de gangues e os sequestros, que vêm aumentando há anos e pioraram desde o assassinato do Jovenel Moïse, 53, em julho -crime que segue sendo investigado. O chamado para a mobilização havia sido feito na última semana e ganhou fôlego com o sequestro de estrangeiros no sábado.
Os líderes do setor de transporte pressionaram pela greve, em parte porque trabalhadores da área são alvos frequentes dos sequestros orquestrados por gangues.
O FBI, polícia federal dos EUA, já havia anunciado que enviou para o Haiti um grupo de oficiais para auxiliar na investigação do sequestro. Em agosto, o governo americano instou seus cidadãos a não viajarem ao Haiti devido a sequestros e instabilidade política.
Episódios como esse envolvendo estrangeiros eram raros, mas têm se tornado mais frequentes. As vítimas geralmente eram haitianos de classe média que não podiam pagar guarda-costas, mas conseguiriam arcar com um resgate pedindo dinheiro emprestado a familiares ou, então, vendendo propriedades.
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