Decisão bloqueia retomada de polêmica política de separação implementada durante a era Trump
Por Camila Fernandes| GNEWSUSA
Na última sexta-feira(8), um juiz federal tomou uma decisão histórica ao proibir a separação de famílias na fronteira por oito anos, bloqueando preventivamente a retomada de uma polêmica política implementada durante a era Trump. A medida visa dissuadir a imigração e encerra um capítulo vergonhoso na história do país.
O juiz distrital dos EUA, Dana Sabraw, qualificou a separação de milhares de famílias como um dos episódios mais vergonhosos da história dos Estados Unidos. A decisão resultou de um acordo entre o Departamento de Justiça e famílias representadas pela União Americana pelas Liberdades Civis, encerrando um processo legal que perdurava por quase sete anos.
Sabraw, nomeado pelo presidente George W. Bush, já havia ordenado o fim das separações em junho de 2018. Na ocasião, o então presidente Donald Trump as interrompeu após intensa reação internacional. O juiz também determinou que o governo reunisse as crianças com seus pais em 30 dias, desencadeando confusão devido à falta de conexão nas bases de dados governamentais.
Relembrando as alegações iniciais e parabenizando os advogados envolvidos, Sabraw expressou horror pelas práticas brutais e ofensivas durante a execução da política em 2017 e 2018. Ainda hoje, 68 crianças não foram localizadas, sendo uma preocupação constante para o juiz.
O acordo proíbe a política de “tolerância zero” até dezembro de 2031, que resultou na separação de mais de 5.000 crianças de seus pais. A separação ainda é possível em circunstâncias limitadas, como suspeita de abuso, condenação por crimes graves ou dúvidas sobre a filiação.
Famílias que foram separadas podem ter direito a benefícios, incluindo estatuto legal por até três anos em liberdade condicional humanitária, reunificação nos Estados Unidos às custas do governo, um ano de moradia, três anos de aconselhamento e assistência jurídica no tribunal de imigração. No entanto, o acordo não prevê compensação financeira.
Enquanto o ex-presidente Trump tenta retornar à Casa Branca nas próximas eleições, permanece evasivo quanto à retomada das separações familiares. Em uma entrevista recente, ele alegou, que a política anterior “impediu centenas de milhares de pessoas de virem”.
O Departamento de Segurança Interna destacou que o acordo reflete esforços para abordar uma política cruel e desumana, reafirmando os valores fundamentais da nação. O advogado da ACLU, Lee Gelernt, descreveu o episódio como trágico na história do país, enquanto a campanha de Trump ainda não respondeu à decisão de sexta-feira(8).
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